domingo, 25 de setembro de 2011

O reecontro de dois amigos especiais

Domingo, 25 de setembro de 2011, Cataguases, Minas Gerais. Depois de dez anos meu filho Diego, portador de síndrome de x frágil, reecontrou o Padre Edson Campos, onde conheceu em Além Paraiba, MG, no início de 2001. Na época, Diego estava com 10 anos. Hoje tem 20, com cabeça de criança para algumas coisas mas com mentalidade de adulto para outras, Diego estava ancioso para fazer alguma coisa que lhe desse prazer. Saimos então do Hotel onde hospedamos, a procurar pelo Padre que deu a oportunidade do meu filho aprender a auxiliá-lo como coroinha, função que exerceu durante o tempo que moramos em minha terra natal, mesmo sem saber ler e escrever ele foi aprovado no curso de catequese realizado na Igreja de Santa Rita de Cássia. Diego aprendeu vendo como os auxiliares do Padre faziam. A Igreja, então, sem coroinhas, ate então, formou outras 18 crianças que ganharam o direito de ajudar na missa. E o Diego que até então estava sozinho, teria que revesar com os outros. Isso significava que ele só seria coroinha de dois em dois meses, já que seriam duas crianças de cada vez atuando no altar. Foi então que entrou o espírito iluminado do Padre Edson, que percebeu a importância daquele trabalho para o menino especial que ficou seu amigo. E ordenou a seus colabodaradores mais diretos que logo entenderam a mensagem: "em cada missa é o Diego e mais um" ou "o Diego e mais dois". Diego então participava de todas as missas. Aos poucos foi conquistando a todos na Igreja, até os frequentadores mais tradicionais que se renderam ao carisma do garoto. Simpático, alegre, comunicativo, respeitador e muito engraçado. Com o tempo (o Padre fazia vista grossa e sorria de contentamento) Diego fazia todos os gestos que o Pároco fazia. Parecia também um padre. Até que o tempo passou. A família voltou para o Rio e houve a separação dos dois amigos: o padre e o coroinha. Até que no dia 25 de setembro de 2011 houve o reencontro conforme está escrito acima (há 6 anos eles não se viam). E o pai do Diego, que escreve este texto (descumpem os erros) muito emocionado, sem conhecer ninguém na Igreja em Cataguases (com exceção do celebrante) não conteve as lágrimas. E foi difícil parar de chorar. De repente se repetiu a cena de anos atrás.